Morada: Vales de Vimioso +351 273 511 254

Junta de Freguesia de Matela

INFORMAÇÃO

Descrição
Mapa
Opiniões

Junta de Freguesia de Matela

População

228 habitantes

Actividade económica

Agricultura e pecuária, construção civil, serralharias e comércio.

Festas e romarias

St.º Antão (3.º Domingo de Agosto) e N. Sr.ª do Bom Despanho (1.º Domingo de Julho).

Património cultural e edificado

Igreja Matriz, Capelas de N. Sr.ª do Bom Despacho e de St.º Antão, Cruz Simples, Ponte Românica, Fraga do Castelo, Picão de Pena de Águia e Fonte.

Gastronomia

Fumeiro, posta mirandesa, frango caseiro no churrasco, folar, bolos de Páscoa, rosca e ramo (composto de rosquilhos).

Colectividades

Centro Cultural e Desportivo de Matela e Associativa de Caça.

Outros locais de interesse turístico

Fraga do Castelo, Picão de Pena de Águia, Zona de Caça (perdiz, coelho, lebre e javali) e pesca nos rios Sabor e Maçãs (barbo, boga e escalo).

Artesanato

Rendas e bordados, toalhas de linho e cobertas (colchas).

Aldeias anexas

Avinhó e Junqueira.

 

Matela é uma das freguesias de Vimioso, já nas fronteiras com Macedo de Cavaleiros, situada a oeste. O Tombo dos Bens de Algoso, um manuscrito à guarda do Museu de Bragança, descreve rigorosamente os limites desta freguesia, esteve muito tempo anexa à reitoria da paróquia da vila de Algoso e era de apresentação do reitor de Algoso e, só mais recentemente, passou a vigairaria. De certa forma, pertencia ao termo de Algoso e, por via disso, era também pertença da Coroa Real.

Como parte que ra do termo de Algoso, Matela beneficiou do foral dado àquela vila por D. Manuel em 1510. Os foros que por então pagava, iam para a Ordem de Malta que tinha na Igreja de S. Sebastião de Algoso, a cabeça de uma comenda, concedida por D. Sancho II em 1226.

Esta integração, no pequeno e histórico concelho de Algoso, fazia com que os habitantes de Matela tivessem de recorrer aí, para todos os assuntos políticos administrativos e judiciais de primeira instância.

Era em Algoso que se repartiam as sisas a pagar, aí se aferiam as medidas a utilizar, aí se elaboravam as posturas regulamentares da vida da aldeia. Como isso era incómodo, criou-se aqui um Juiz Vintaneiro, assim chamado porque, por regra, superintendia uma pequena comunidade camponesa não superior a vinte casais.

Na sua origem, comunidades pequenas de camponeses, como esta de Matela, e outras desta região, estão relacionadas com os acontecimentos e com a situação de repovoamento, durante a segunda metade do século XII e principalmente durante o século XIII. A região era abundante em fortificações castrejas, cujos vestígios aparecem em vários pontos do concelho de Vimioso. Por exemplo, em Algoso, um notável Castelo Medieval foi construído nos finais do século XII, precisamente sobre um antigo castro, talvez no tempo da romanização. Os topónimos Castro e Castelinho ainda, hoje, nos recordam esses vistosos altos e naturalmente defensáveis, onde os nossos antepassados tinham a sua vida organizada à base da pequena agricultura, da pastorícia e da caça. Em Matela, o topónimo Fraga do Castelo, parece significativo, tal como a da povoações de Pena de Águia merecia ser divulgado. São, ainda, hoje locais de excelente visibilidade, onde vale a pena ir, quanto mais não seja pelas belas panorâmicas que daí se desfrutam.

Sabe-se que aos romanos, este “habitat” não interessava, isso sim, que as populações descessem a cultivar de forma intensa as terras baixas e planas onde organizavam as “villas” rústicas e para onde atraíam as populações. Nos tempos anteriores à formação de Portugal como nação estas terras sofreram graves perturbações decorrentes das constantes razias feitas pelas hostes mouriscas e cristãs. É provável que muitas destas pequenas comunidades de aldeia tivessem desaparecido ou sido abandonadas, sobretudo as que, como Matela, se ocuparam de terras planas e férteis onde tinham a sua agricultura, mas que estavam expostas a toda a espécie de rapinas, viessem elas donde viessem. É frequente aqui e por toda a região, contarem-se “estórias” de esconderijos cristãos, à mistura com penhascos e castros dos mouros. Devido a este abandono, perdeu-se, por toda a região, a preciosa memória toponímica luso-romana e germânica que poderia documentar o povoamento durante a Alta Idade Média.

Sabe-se que uma das principais preocupações dos nossos primeiros reis foi a de fazer regressar “populatores” (povoadores) a estas terras. Curiosamente, as circunstâncias poíticas da altura permitiam que este repovoamento fosse feito por entidades leonesas, fidalgos e mosteiros, o que não deixa de ser ou parecer uma prova de como também a história, escreve direito pelas linhas tortas. É que, em tempos pré-romanos, habitaram esta região os povos Zelae e durante a romanização, toda a região esteve muito mais ligada a Astorga que é a parte mais ocidental da Península. Um resultado dessa permanência da aculturação inicial, pode ver-se, ainda, na forma de falar das gentes daqui, senão mesmo na língua mirandesa que alguns pensam ter resultado deste repovoamento que resultou, por tal modo, positivo ao enquadrar-se na memória antropológica e cultural da região que marcou realmente a diferença cultural. Os seus poucos mais de 300 habitantes continuam a viver da agricultura, do vinho, do trigo, do centeio, da aveia e o azeite que cultivam com mãos de mestre.

Uma vida rural comunitária, ao ritmo do calendário agrícola, que as festas e romarias pontuam ao longo do ano, principalmente o Verão, quando o calor dá maior força para amadurecer o que a mãe natureza cria e há tempo para esperar pelos resultados das colheitas. Embora a padroeira seja a N. Sr.ª da Purificação ou das candeias, por Fevereiro, o tempo de folgar só aparece com a romaria da Sr.ª dos Bom Despacho no 1.º Domingo de Julho ou pelo St.º Antão (3.º Domingo de Agosto).

Partilhe este conteúdo!
1

Telefone: 273 579 427 | Morada: Rua da Igreja, n.º4, 5230-153 Matela, Vimioso | Coordenadas GPS: 41.510425,-6.626312

Partilhe este conteúdo!
  • Matela, Vimioso, Portugal