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UF Vale de Frades e Avelanoso

INFORMAÇÃO

Descrição
Mapa
Opiniões

UF Vale de Frades e Avelanoso

População

160 habitantes

Actividade económica

Agricultura e pecuária, indústria de panificação, construção civil e pequeno comércio.

Festas e romarias

N. Sr.ª da Assunção e N. Sr.ª de Fátima (14 e 15 de Agosto), S. Vicente (22 de Janeiro), S. Sebastião (1.ª semana de Agosto) e S. João (24 de Junho e última semana de Agosto).

Património cultural e edificado

Igreja Paroquial e igrejas em Serapicos e S. Joanico, Fonte, Cruzeiro e Ponte Românica.

Gastronomia

Posta mirandesa, enchidos, bolos económicos, pão-de-ló e folar da Páscoa.

Colectividades

Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Vale de Frades e Associação de Caça e Pesca.

Outros locais de interesse turístico

Os mencionados em património cultural e margens do Rio Angueira (zona de lazer e pesca) e zona de caça (coelho, lebre, perdiz, codorniz e javali).

Artesanato

Trabalhos em cobre, cestaria, ferraria, albardaria, rendas e bordados.

Aldeia anexas

S. Joanico e Serapicos.

A 8 Kms de Vimioso, Vale de Frades é constituída pelos lugares de Serapicos e S. Joanico. Ambos muito importantes, em tempos na história do concelho, pois foram freguesias independentes. São de realçar o nome deste último lugar, típica reminiscência da língua mirandesa.

Vale de frades é uma das freguesias referida no célebre documento de 1187 entre o mosteiro de Castro de Avelãs e a Coroa. Neste documento, o senhorio da povoação passava para a posse daquele convento. O elemento Frades do topónimo deve estar relacionado com esta realidade histórica da freguesia.

Segundo Inquirições de D. Afonso III, de 1258, a freguesia foi povoada pelas freiras de Alcanices, cujo mosteiro pertencia à Ordem do Templo. O reitor de Vimioso apresentava o cura, que tinha de rendimento anual 6000 réis de côngrua e o pé de altar.

Em 1530, tinha Vale de Frades, denominada já, desta forma, desde o século XII, 17 moradores, que aqui devemos entender como fogos. O número de habitantes aproximar-se-ia, segundo os cálculos, universalmente aceites, dos 50. Naquele ano, pertencia já ao termo de Vimioso.

A Igreja Matriz é um bem patrimonial a conservar e a apreciar em Vale de Frades. O actual templo substitui um outro que terá existido no mesmo local durante a Idade Média e do qual não resta qualquer informação.

A primeira informação que temos da actual matriz data de 1764. Nesse mesmo ano, o pároco de Vale de Frades informa a sua diocese que a capela-mor do templo se encontra totalmente arruinada. Este documento parece comprovar a grande antiguidade da igreja, porque, nessa altura, já deveria ter um bom par de anos, a julgar pelo estado em que se encontrava.

No ano de 1767, os juízes do povo e da igreja informam que antes de fazer o tecto da capela-mor era necessário fazer a parede do lado da Epístola e segurar o arco triunfal, sem o qual não se poderia fazer o tecto porque o arco não estava seguro. Por isso determinaram, nesse mesmo ano mandar fazer o arco de cantaria.

Foi neste ano de 1767 que o Doutor Provisor e Vigário Geral das Dioceses, depois de ouvir durante três anos as queixas dos juizes do povo e do pároco de Vale de Frades, ordena que se fizesse o arco de cantaria e toda a obra da capela-mor, podendo fazer gasto 90000 réis”.

Desenvolvimentos curiosos que servem para demonstrar a grande preocupação que a igreja matriz mereceu sempre das pessoas da terra, que nunca descansaram até que, aquilo que era seu, fosse devidamente reparado e se mantivesse digno para o culto em honra de St.º André e das outras invocações da terra.

É um bom exemplo de uma só nave, com solo de cantaria, lavrada e tecto de madeira pintada em forma de abóbada, e um supedâneo de dois degraus, sobre o qual assenta um excelente retábulo em talha rocaille setecentista. Todo o interior da igreja é tipicamente português, com as paredes de alvenaria caiadas a branco. Ainda, na capela-mor, destaque para um janelão que a ilumina francamente, tal como ao seu retábulo. A sacristia é muito simples, rectangular, está situada ao lado do evangelho.

A nave da igreja é separada da capela-mor por um arco triunfal em forma de meio ponto. Desnivelada em relação àquela, a nave é um espaço rectangular, muito simples e sem os habituais arcos diafragmas que costumam dividir este tipo de áreas. É muito iluminado graças a um janelão que se encontra na parede do lado da Epístola. Ainda deste lado, há uma porta de entrada com jambas e dintel rectos. Junto do arco triunfal, existem dois retábulos relativamente pobres em talha.

Quanto ao prospecto exterior da igreja, dir-se-á que é muito harmonioso, à semelhança da maior parte dos templos deste concelho de Vimioso. Realçam-se, na torre, fachadas, os dois fortes cunhais apilastrados que a sustentam e a cornija do campanário. Aqui se encontram alguns elementos que parecem nitidamente ser de cunho barroco popular.

Em termos económicos, a agricultura e a pecuária são as principais bases de sustentação na actividade da população de Vale de Frades. Hoje como no passado tem sido sempre assim. No cultivo da terra, é o centeio, o trigo, a aveia e a batata que detêm a maior importância. No pastoreio dos animais, desponta o gado bovino, caprino e ovino. Em relação ao sector secundário, resume-se à panificação, alguma construção civil e trabalhos em cobre.

Avelanoso…

Orago

S. Pedro.

População

148 habitantes

Actividade económica

Agricultura, pecuária e pequeno comércio.

Festas e romarias

S. Barnabé (Agosto), N. Sr.ª da Saúde (Agosto) e Corpo de Deus (11 de Junho).

Património cultural e edificado

Igreja Matriz, Cruzeiro e Moinho de Água.

Gastronomia

Fumeiro e Posta à Mirandesa.

Colectividades

Grupo Cultural, Recreativo e Desportivo de Avelanoso e Associação de Caça e Pesca de Avelanoso.

Outros locais de interesse turístico

Parque de Merendas e Zona de Caça (coelho, lebre, perdiz, javali e corso).

Artesanato

Rendas e bordados.

 

Povoação fronteiriça com Espanha, Avelanoso dista 14 Kms da sede de concelho.

Pouco se sabe do povoamento desta freguesia antes do século XII, dado que foi nesta época que começaram a surgir referências sobre a localidade da documentação escrita. No entanto, tanto a arqueologia como a toponímia, levam-nos a crer que existia vida humana em Avelanoso já nos tempos pré-históricos.

Integrada, desde aí, na terra de Miranda, que ascende a épocas romano-germânicas, embora tivesse outra denominação.
Nos primeiros documentos em que a freguesia é citada, aparecem as formas populares Avelanso, Avelaoso e Avelaõsa. Mais tarde, iriam surgir formas mais eruditas, como Avelana, que iria corromper-se em Avelanoso.

Refere a “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira”, no apêndice sobre Avelanoso, em relação ao topónimo principal desta freguesia: “O topónimo, estranho é à simples vista, ao idioma português, entra no número dos do velho mirandês falado, pela conservação do n – etomológico ou, a bem dizer, do próprio vocábulo latino Avellanosu, de que provém. Em português, ter-se-ia Avelanoso. Nas Inquirições de 1258 aparece sempre Avelanoso, o que pode levar a crer-se, à primeira vista, em tradução efectuada pelo notário das mesmas. Mas essa tradução, a ter de fazer-se, seria antes para o latim, Ave(l)anoso, o que faria aparecer a própria forma mirandesa, actual ainda”.

De resto, as influências que a língiua mirandesa teve no nome desta freguesia e, que é explicado de forma exemplar pela “Grande Enciclopédia”, não se resumiram ao topónimo Avelanoso. Como refere o mesmo texto, “vocábulos e topónimos portugueses e mirandeses se entremisturam nesta curiosa região linguística”. A proximidade de Miranda do Douro explica, estamos em crer, todo este fenómeno.

A primeira referência escrita sobre Avelanoso ocorre nas sobreditas Inquirições de D. Afonso III (1258). Através desse documento, podemos ver que o local tinha sido, em tempos, um “villar” velho (termo originário dos romanos e que significava uma unidade de exploração económica), despovoado durante as Invasões Muçulmanas e encontrado ermo aquando da Fundação da Nacionalidade. O povoamento da freguesia terá ocorrido nessa altura, por próceres bragançanos e, mais tarde, por fidalgos leoneses, já que, num período intermédio o território voltou a ser despovoado por razões desconhecidas.

Durante o reinado de D. Sancho II, os tais próceres bragançanos (filii Nuno Beiro (D. Nuno Veiro, filho do famoso D. Pedro Fernandes “de Bragança”) populaverunt villam de Aceloso in Miranda”, diz o texto das Inquirições “ doaram a povoação, por aí pouco desenvolvida, ao mosteiro de Moreirola, que era leonês. Proprietários de alguns terrenos em Avelanoso, eram também os frades do Mosteiro de Alcanozes, que auxiliaram na tarefa de repovoamento do local: “Fleires de Alcanizes populaverunt villam Avelaoso in Miranda in uno villar vetero”.

A Idade Média em Avelanoso foi, de resto, rica em acontecimentos relacionados com o seu povoamento. Em 1397, deu-se uma última fuga das populações locais, para terras mais seguras, dado que a localização da freguesia, junto à raia, não favorecia as suas condições de segurança. O novo repovoamento de Avelanoso ocorreu a partir de 1458, muitos anos depois da assinatura do Tratado de Paz entre Portugal e Castela.

Em termos paroquiais, Avelanoso foi instituida numa data que não se conhece ainda com exactidão, de qualquer modo, sempre numa altura posterior ao século XIV. Por volta de 1600, era uma abadia do Padroado Real, recebendo o abade da freguesia a quantia de duzentos mil reis, significava no contexto das Terras de Vimioso. Em termos administrativos, pertenceu ao concelho de Outeiro, até à data da sua extinção, 22 de Julho de 1853. Passou posteriormente para o de Vimioso.

A igreja paroquial de Avelanoso é um bem patrimonial que não deve ser desprezado. Pelo contrário, merece uma visita que deverá ser feita com muita atenção. Substituida por uma outra que existiu em data incerta no mesmo local, sofreu grandes obras de restauro, que em muito lhe modificaram a traça primitiva. Uma data que se encontra entre o púlpito e o retábulo do altar-mor, “1739”, parece indicar exactamente o ano em que aquelas obras foram concluídas. A população da freguesia sustentou, em grande parte, estas obras, através de doações vultuosas e com o próprio trabalho.

A capela-mor foi um dos elementos construídosno século XVIII. Com solo de cantaria lavrada, e tecto de madeira pintada, apresenta um belo retábulorocaille tardio que só terá sido ali colocado na centúria seguinte. Alguns elementos de grande interesse, por serem barrocos, odem ainda ser vistos na sacristia. Quanto à nave da igreja, é separada da capela-mor por um arco triunfal em forma de meio ponto. Do lado do Evangelho, pode ver-se um retábulo de talha barroca que invoca a figura de St.º António. O retábulo de N. Sr.ª da Saúde, próximo daquele, é também de grande interesse artístico.

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Junta de Freguesia de Avelanoso

Telefone: 273 549 250 | Morada: Largo de São Pedro, 5230-080 Avelanoso, Vimioso | Coordenadas GPS: 41.655992,-6.42576

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