Nota introdutória
Vive-se hoje um momento em que o espaço rural e a sua dinamização surgem no centro do discurso dos agentes de desenvolvimento e decisores políticos, apontando-o como um meio privilegiado e de oportunidades para a implementação de novos projetos, nomeadamente por gerações relativamente jovens, não só de origem local mas também de origem urbana, instruídas e com intervenções dinâmicas.
O desenvolvimento rege-se agora por princípios económicos mas também ambientais e sociais, onde se procura um equilíbrio entre o crescimento económico das regiões, o aumento da qualidade de vida das populações, mas também a criação e implementação de modelos integrados e sustentáveis de gestão do território.
Os territórios rurais são assim entendidos como espaços abertos de potencialidade económica, e portanto, sistemas que devem ser valorizados numa perspetiva de produção sustentável do sector agroflorestal, que integre e respeite a cultura e as tradições locais, que valorize e potencie os recursos endógenos e que caminhe para uma gestão correta e cuidada dos recursos naturais, incluindo o solo, água, a paisagem e os recursos genéticos autóctones (vegetais e animais), para o benefício desta e das gerações futuras.
É nesta lógica que o Município de Vimioso, em conjunto com a Associação Portuguesa de Tracção Animal – APTRAN, a Associação ALDEIA, o Centro de Investigação de Montanha – CIMO e a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança, em colaboração com a SPCF – Sociedade Portuguesa Ciências Florestais, promovem a III Semana da Gestão Agroflorestal Sustentável, a decorrer em Vimioso no entre os dias 10 e 15 de Abril de 2019.
Pretende-se com esta iniciativa contribuir para o desenvolvimento desta região transfronteiriça, enquanto parte integrante da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica. Na génese da Semana da gestão agroflorestal sustentável surgem os mesmos princípios que a UNESCO recomenda aquando da criação de uma reserva da Biosfera: conciliar a atividade humana e a preservação do património natural e cultural com um desenvolvimento socioeconómico sustentável da região.
▪ Objetivos Gerais da Semana da gestão agroflorestal sustentável:
– Reunir em Vimioso sectores da sociedade que com o seu trabalho tenham contribuído para uma correta gestão do território, fomentando o intercâmbio de experiências, ideias e estratégias;
– Cruzar perceções e perspetivas dos atores e autoridades locais e regionais sobre a problemática do uso do meio nos espaços rurais onde intervenham;
– Reunir conhecimento científico sobre o papel essencial da gestão agroflorestal sustentável no combate à degradação, desertificação e despovoamento, bem como para a manutenção de resiliência ao fogo e às alterações climáticas dos territórios transfronteiriços;
▪ Estrutura:
A Semana da Gestão Agroflorestal Sustentável estará dividida em dois eventos:
– Seminário Técnico sobre o Fogo e a Paisagem (data: 10 e 11 de Abril de 2019);
(Inscrições no Seminário Técnico)
(Inscrições no Curso avançado)
Evento 1 – Seminário Técnico sobre o Fogo e a Paisagem
Este seminário será composto por sessões técnico-científicas, envolvendo as instituições de ensino e investigação nacionais e internacionais que, com o seu conhecimento especializado, contribuam de forma significativa para a busca de soluções integradas para os problemas do território.
Programa dia 1
09.00 – Abertura do secretariado, registo dos participantes e entrega de documentação;
09.45 – Sessão de abertura
10.00 – O Fogo prescrito vs fogo proscrito. Emanuel Oliveira – Técnico Consultor na área dos Fogo Florestais;
11.00 – Pausa para café
11.30 – A experiência das EPRIF (Equipas de Prevenção Integral de Incêndios Florestais) na Galiza – Queimar Educando. Antonio Agullo, Técnico Analista Flanconorte Portugal;
12.30 – Pausa para almoço
14.00 – O papel e a importância da aplicação dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal. João Azevedo, Membro do Observatório Técnico Independente(OTI) para os Incêndios Florestais;
15.00 – Quais as competências e o papel da CIM na defesa da floresta contra incêndios. CIM Terras de Trás-os-Montes (orador a confirmar);
16.00 – Reunião Anual do Conselho Florestal do Nordeste (CFNor)
17.30 – Encerramento dos trabalhos.
Programa dia 2:
Manhã
09.30 as 13.00 – Demonstração prática de fogo prescrito / formação para agentes florestais locais / regionais;
Tarde:
14.30 as 16.30 -Laboratório ao ar livre: avaliação prática de campo dos resultados obtidos no uso de fogo prescrito (da responsabilidade do CIMO, ESA-IPB)
- Especialistas convidados:
– Emanuel Oliveira (Técnico Consultor na area dos Fogo Florestais) (confirmado)
– Felicia Fonseca (CIMO / ESA-IPB)(a confirmar)
– Carlos Aguiar (CIMO / ESA-IPB) (confirmado)
– Jacinto Benhadi Marín (CIMO / ESA-IPB)(a confirmar)
▪ Público-alvo do seminário
O Seminário destina-se a um público de amplo espectro, desde a comunidade científica e técnica da região, a estudantes do ensino superior, autarcas, empresas, associações e atores a título individual com intervenção ou interesses e atuação no sector florestal.
Evento 2 – Curso avançado “A tração animal na gestão agroflorestal sustentável”
A Semana da Gestão Agroflorestal Sustentável continua com a realização da IV edição do Curso avançado “A tração animal na gestão agroflorestal sustentável”, este ano dedicada inteiramente ao tema da Gestão Florestal Sustentável.
Numa região onde a utilização da tração animal foi uma realidade constante até há muito pouco, e onde existem ainda pequenos produtores que continuam a recorrer a esta tecnologia, importa fomentar modelos de desenvolvimento sustentáveis com a promoção de práticas culturais compatíveis com a preservação da agrobiodiversidade e a conservação do solo, introduzindo o conceito de tração animal moderna numa estratégia lógica de desenvolvimento rural.
Observa-se um crescente e renovado interesse pelo uso da tração animal como uma fonte de energia renovável, de menor impacto e economicamente viável, capaz de reduzir as emissões de carbono, de estimular a autossuficiência e reduzir o consumo de recursos não renováveis.
É importante pois criar linhas de ação que acompanhem a consciência ecológica (mas também económica) que surge no seio da sociedade moderna, assente na necessidade de reduzir a motorização e industrialização excessivas em sectores como o florestal.
A importância emergente da tração animal como uma alternativa/opção complementar à tração motorizada é realçada pela continuidade (e em alguns casos um aumento claro) do uso de tal tecnologia,tanto na exploração florestal como na conservação de zonas de elevado valor natural, nos países mais desenvolvidos da Europa, onde se comprovou a sua viabilidade económica, aliada a um menor impacto sobre o meio
▪ Público-alvo do curso avançado
O curso avançado destina-se a estudantes universitários das áreas de Ambiente e Recursos Naturais, assim como adultos com interesse na aplicação de técnicas sustentáveis na gestão do território / agentes do sector florestal, incluindo os técnicos municipais com funções de gestão do meio, assim como o público em geral.
Pretende-se assim dotar os formandos de conhecimentos e ferramentas adequadas que lhes permitam reconhecer na tração animal uma solução moderna, competitiva e sustentável, como complemento ou mesmo em alternativa aos modelos convencionais normalmente utilizados, garantindo formação avançada de qualidade numa área até agora negligenciada pelos agentes de desenvolvimento rural (decisores políticos, Universidades, ONGs). Importa salientar que a aposta na capacitação de recursos humanos no meio rural favorece a criação de autoemprego e a prestação de serviços no sector primário.
- Modelo formativo:36 horas de formação teórico-prática /4 dias em horário laboral.
- Horário:
Período da manhã: 8.30 – 13.00; Período da tarde: 14.00 -18.30.
- Temas a abordar:
– Segurança nos trabalhos florestais com tracção animal(trabalho com animais e motosserras);
– Técnicas de trabalho em meio florestal com tracção animal (directas e indirectas);
– Ferramentas e veículos específicos utilizadas no trabalho florestal com tração animal;
– Aplicações da tracção animal na gestão florestal:
– Povoamentos de resinosas;
– Galerias ripicolas;
– Bosque de folhosas.
- Formadores:
– Alfred Ferris Garcia (ANTA La Esteva);
– João Brandão Rodrigues (APTRAN / CIMO);
– João Paulo Castro (CIMO / ESA-IPB);
– Amílcar Teixeira(CIMO / ESA-IPB);
– Maria do Sameiro Patrício (CIMO / ESA-IPB);
– João Azevedo (CIMO / ESA-IPB).
▪ Programa teórico-prático do curso avançado: (T = teórico / P = prático)
Dia 1, Sexta-feira (12 de Abril): PINTA – Vimioso
Manhã:
– Operações de abate e desrame de árvores: aspectos a considerar (João Paulo Castro) (T);
– Normas de segurança do motosserrista / equipa de trabalho.
– Abate e desrame;
– Operações de abate e desrame de árvores: aspectos práticos (João Paulo Castro) (P);
– Preparação para retirada das árvores com tracção animal (João Paulo Castro / Alfred Ferris Garcia) (P);
– Aproximação aos equídeos de trabalho (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues) (T/P);
Tarde:
– Arreios específicos utilizados no trabalho florestal (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues) (P);
– Condução com rédeas longas (Alfred Ferris Garcia) (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues) (P);
– Normas de segurança binómio homem / cavalo (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues) (P)
– Ferramentas específicas utilizadas no trabalho florestal com tração animal (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues);(P)
Dia 2, Sábado (13 de Abril): PINTA – Vimioso
Tracção animal na gestão florestal: povoamentos de resinosas / dia aberto / visita técnica dos Membros da Sociedade Portuguesa Ciências Florestais.
Manhã:
– Potencial da tração animal em operações de gestão florestal (Alfred Ferrís Garcia);(T)
– Gestão sustentável de povoamentos de resinosas (João Paulo Castro) (T):
– Crescimento e produção de povoamentos florestais de resinosas;
– Planificação e execução de desbastes;
– Estimativa do volume de madeira.
– Técnicas de trabalho em meio florestal com tracção animal – povoamentos de resinosas (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues)(P);
Tarde:
– Técnicas de trabalho em meio florestal com tracção animal – povoamentos de resinosas (cont.) (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues)(P);
– Utilização de veículos florestais (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues)(P):
– Forecarts florestais;
– Arcos florestais;
– Reboques florestais;
– Trenós florestais.
– Exercícios práticos de carga e condução de veículos florestais (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues) (P).
Dia 3, Domingo (14 de Abril): PINTA – Vimioso
Tracção animal na gestão florestal: galerias ripícolas
Manhã:
– Importância da conservação das zonas ribeirinhas (Amílcar Teixeira) (T);
– Técnicas silviculturais na condução da galeria ripícola (Amílcar Teixeira) (P);
– Abate e preparação para retirada das árvores com tracção animal (Amílcar Teixeira/ Alfred Ferris Garcia) (P);
Tarde:
– Técnicas de trabalho em meio florestal com tracção animal – galerias ripícolas (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues)(P);
– Técnicas de tiro indirecto para retirada de árvores em locais de difícil acesso (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues)(P);
– Utilização de veículos florestais (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues) (P).
Dia 4, Segunda-feira (15 de Abril): PINTA – Vimioso
Tracção animal na gestão florestal: bosques de folhosas
Manhã:
-Abordagem integrada de bosques autóctones de folhosas (Maria do Sameiro Patrício / João Azevedo) (T):
– Floresta multifuncional;
– Gestão dos diferentes estratos – aspectos a considerar;
– Técnicas de trabalho em meio florestal com tracção animal – bosques de folhosas (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues)(P);
Tarde:
– Técnicas de trabalho em meio florestal com tracção animal – bosques de folhosas (cont.) (Alfred Ferris Garcia / João Brandão Rodrigues)(P);
– Sessão de esclarecimento de dúvidas.
Data: 16 e 17 de Março de 2019
Local: PINTA – Vimioso
Apresentação:
A cestaria é uma atividade artesanal essencialmente utilitária que ainda tem bastante expressão em algumas aldeias da Terra Fria Transmontana. Muitos dos objectos e utensílios produzidos satisfazem as exigências de várias actividades em meio rural e dão resposta a necessidades da vida doméstica.
Nestas oficinas pretendem-se dar a conhecer as técnicas tradicionais em escrinho e em vime, promovendo e divulgando um ofício bastante relacionado com o quotidiano das comunidades rurais.
Programa:
Sábado: Técnica de escrinho
14:00h – Breve explicação da técnica de cestaria em escrinho
– Preparação do material vegetal
– Experimentação da técnica por parte dos participantes
– execução de uma rodela
17:30h – Fim dos trabalhos
Domingo: técnica de vime
10:00h – Breve explicação da técnica de cestaria em vime
– Preparação do material vegetal
– Experimentação da técnica por parte dos participantes
– execução de uma rodela
13:30 – Fim dos trabalhos.
Formadores: Rosa Delgado (escrinho); Ema Vila Chã (Vime)
Esgotado. Para ficar em lista de espera inscreva-se aqui
Curso de Iniciação ao estudo dos líquenes
Os líquenes são fungos que vivem em simbiose com um organismo fotossintético (alga ou cianobactéria). Esta associação permite que o líquene consiga sobreviver em condições ambientais e habitats em que os parceiros isolados não conseguiriam, dando-lhes uma grande resistência e longevidade. Para além de muitas outras funções no ecossistema e para o Homem, os líquenes são importantes bioindicadores ou biomonitores da poluição atmosférica.
Esta acção pretende fornecer conhecimentos científicos e práticos básicos que possibilitem a identificação dos principais grupos de líquenes. Serão também abordados conteúdos relacionados com os seus usos e aplicações.
Formadora: Joana Marques (Cibio-Inbio)
Programa:
Sábado – 9 de Março
10:00h –12:30h
- Introdução à biologia dos líquenes:
– Principais características anatómicas e morfológicas;
– Enquadramento evolutivo;
– Papel ecológico;
14:00h – 17:30H
- Líquenes da Península Ibérica e Europa:
– Espécies e habitats;
– Dicas para a identificação das espécies mais emblemáticas;
– Passeio/Prática
Domingo – 10 de Março
10:00h – 12:30h
- Uso histórico
– Medicina;
– Alimentação;
– Cosmética;
– Tinturaria.
14:00h – 16:30h
- Aplicações actuais
– Bioindicação;
– Biodeterioração;
– Potencial terapêutico.
Oficina de tinturaria
Vagas limitadas: 17 pessoas. Inscrições aqui
A relação natural entre abelhas e plantas é há muito tempo entendida e aproveitada pelas pessoas. Desempenha um papel essencial à sociedade, tendo em conta o serviço público e ambiental que prestam os apicultores. A importância da actividade apícola deve ser considerada além do valor mel e outros produtos produzidos pela colmeia, o serviço ambiental de polinização prestado, é dificilmente mensurável, mas essencial na produtividade agrícola, na manutenção dos ecossistemas e espaços naturais, no equilíbrio ecológico da flora e na preservação da biodiversidade.
Este curso em dois módulos pretende dotar os participantes com as bases teórico – práticas para a instalação de colmeias, num regime de exploração extensivo e biológico.
Programa
Módulo I – 23 e 24 de Fevereiro (10:00 – 17:00)
Biologia da abelha
Flora apícola
Princípios de apicultura biológica
Sanidade apícola
Nutrição
Maneio em modo de produção biológico
Transumância
Produtos da colmeia
Módulo II – 23 e 24 de Março (10:00-17:00)
Técnicas de multiplicação de abelhas
Criação de rainhas
Cresta
Preparação das colmeias para o Inverno
Participação GRATUITA, mas inscrição OBRIGATÓRIA.
Inscrições ESGOTADAS. Para se inscrever em lista de espera preencha o formulário disponível aqui
Especialistas, decisores públicos, empresários e empreendedores juntam-se, em Vimioso, para definir estratégias para a afirmação do Turismo em territórios de baixa densidade.
O objetivo deste seminário é encontrar estratégias que possam posicionar Vimioso, e outros territórios de baixa densidade, num patamar competitivo para atrair visitantes e turistas. Existe potencial natural, paisagístico, patrimonial, cultural e gastronómico, existem respostas de serviços de animação, restauração e alojamento mas, apesar de todos estes valores, a procura turística destes destinos ainda não despertou como seria desejável.
Nunca como agora o Turismo teve tanto impacto na economia. Segundo o Banco de Portugal, a rúbrica “Viagens e Turismo”, atingiu em 2017 um volume de receitas para o país que ultrapassou os 15 mil milhões de euros. O problema é que, também nesta matéria, as assimetrias territoriais são enormes e a presença de turistas e, consequentemente, das receitas não chegam às zonas periféricas.
No seminário que a 30 de novembro decorre em Vimioso, alguns especialistas, empresários, decisores públicos e comunicadores trazem o seu contributo, os resultados de investigações, casos práticos de sucesso e refleções sobre o tema.
Cabe ao presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, revelar o potencial turístico de território que gere, desde logo o potencial natural, a biodiversidade (40% deste território está integrado na Rede Natura 2000) que sustenta o projeto Vales de Vimioso, o PINTA (Parque Ibérico de Natureza e Aventura) mas também uma enorme riqueza termal, patrimonial, cultural e gastronómica.
De destacar a participação de Antónia Correia, Diretora da Escola de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia, considerada uma das 100 melhores investigadoras do mundo, que vai falar sobre empreendedorismo em zonas de baixa densidade; Alexandra Touza, consultora e formadora na área de turismo, que desenvolveu na Galiza (Espanha) o projeto “Ponle Cara al Turismo”, um caso de sucesso, que reforçando a identidade local promove o desenvolvimento, através do turismo; Vítor Pereira, consultor especialista em Smart Cities, que aborda a questão da gentrificação, um fenómeno já bem visível nas maiores cidades portuguesas, Lisboa e Porto, onde o número de turistas se torna insustentável.
Miguel Nóvoa, da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), vai mostrar como trabalhar a sustentabilidade
No território há projetos implementados cujos resultados são já visíveis, como é do Parque Biológico de Vinhais, o Parque Natural Regional do Vale do Tua ou o GeoPark dos Cavaleiros. Em fase de implementação e desenvolvimento temos os Vales de Vimioso e os Lagos do Sabor. São iniciativas de valorização regional que dão um forte impulso à estratégia global que falta encontrar. Neste seminário cada um dos responsáveis pelos referidos projetos, num diálogo colaborativo e aberto, vai apresentar uma ideia de cooperação, um desafio comum, que possa trazer resultados para o todo regional.
E faltam os empresários, os empreendedores, aqueles que, na verdade, são os verdadeiros embaixadores turísticos, aqueles que recebem e prestam serviços aos turistas.
Na área da restauração e alojamento, António Gonçalves, responsável pela gestão da Pousada de Bragança e do Restaurante G, vai partilhar a sua visão de desenvolvimento; na área dos produtos da terra, Sónia Alves, gestora da marca “Squesito”, vai explicar como a inovação e a comunicação podem influenciar na valorização dos produtos endógenos.
A completar esta jornada de reflexão o seminário contempla ainda um Workshop em “Marketing e Comunicação”, desenvolvido por Ana Fragoso, consultora de comunicação, e Cátia Barreira, jornalista. É o momento de compreender como a forma como se comunica influência o sucesso dos projetos.
E há uma vertente que não pode ser esquecida: a dinamização dos eventos. O seminário encerra, precisamente, com a apresentação de um dos maiores eventos de Vimioso, a Feira de Artes Ofícios e Sabores, que decorre de 14 a 16 de dezembro.
Oficina científica – Anilhagem de pequenas aves
A Anilhagem científica é um método de investigação que se baseia na marcação individual das aves. Qualquer registo de uma ave anilhada, obtido através da sua recaptura e posterior libertação ou quando a ave é encontrada morta, poderá fornecer-nos muita informação acerca da vida dessa ave e, em particular, sobre os seus movimentos.
Pretende-se, com esta oficina dar a conhecer o processo de anilhagem de aves e a diversidade de espécies nesta região. Os participantes têm ainda a possibilidade de tocar e libertar algumas das aves capturadas.
HORA E LOCAL:
8:00h – Encontro em Serapicos (junto ao largo principal)
12:30h – Final da atividade
INSCRIÇÕES LIMITADAS! Inscreva-se aqui
Número mínimo de participantes: 5
Número máximo de participantes: 15
As borboletas, para além de enriquecerem a paisagem e nos maravilharem com um espetáculo colorido a pulular entre as flores, prestam-nos serviços consideráveis pois tal como as abelhas são insectos polinizadores. Esta saída de campo tem lugar na excelência do território da Rede Natura 2000 e pretende lançar as bases na identificação das espécies mais comuns de borboletas diurnas, sensibilizando para a importância da sua conservação.
Data: 14 de Julho de 2018
Local: Serapicos – Parque ibérico de natureza e aventura (PINTA) – Vimioso
Orientação: Ângela Cordeiro (PINTA)
Programa:
10:00 – Encontro de participantes
10:15 – Breve introdução aos lepidópteros
10:30 – Início do percurso para observação de borboletas diurnas
12:30 – Fim da actividade
A participação é gratuita mas a inscrição é obrigatória.
Equipamentos de apoio ao Parque Ibérico de Natureza e Aventura (PINTA) já abriram ao público.
O PINTA é um parque que tem a dimensão do próprio concelho e que pretende preservar, valorizar e promover os valores naturais, culturais, patrimoniais e humanos deste território.
Mais de 40% do território do concelho de Vimioso integra a Rede Natura 2000. Este dado já revela o valor do ecossistema local, a importância da biodiversidade existente na área do município, que tem a particularidade de ser atravessado por três rios: Maçãs, Sabor e Angueira.
Aqui reside o fundamento da criação do Parque Ibérico de Natureza e Aventura (PINTA) mas este Parque pretende ir muito mais além dos valores naturais e, por isso, na sua designação tem a “Aventura”.
É um convite à descoberta do território, um convite à visitação e à experimentação. É um apelo ao sentir o pulsar de um concelho que tem uma identidade muito definida, que tem nas suas gentes a maior riqueza e a garantia de que os valores naturais, patrimoniais, culturais se mantêm, em harmonia e equilíbrio.
O PINTA é um ponto de partida para a descoberta e também um local de aprendizagem e educação. O projeto contempla uma área edificada, integrada na natureza, onde dispõe de diversos equipamentos de apoio ao conhecimento, à visitação e à educação:
– Esse espaço integra a Porta da Rota da Terra Fria Transmontana que é, essencialmente, um local de interpretação do território, uma experiência interativa que convida a dar o salto para a realidade, para experimentar os cinco concelhos que integram a designada Terra Fria Transmontana: Vimioso, Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro e Vinhais.
Este espaço aposta nas emoções sensoriais, convidando o visitante a experimentar o “cubo dos sentidos”, que recorrendo a imagens, sons, aromas e objetos relacionados com o concelho de Vimioso, permite um primeiro “sentir” do território.
Possui informação diversa sobre a Rota o visitante pode conhecer o potencial patrimonial, gastronómico, cultural, etnográfico, etc. e planear, através da enumeração dos Pontos de Interesse georreferenciados, a sua visitação ao território. Há ainda uma área expositiva com artesanato e produtos locais que o visitante pode adquirir na Porta ou ser encaminhado para o produtor/artesão.
– Conta com o Centro Expositivo da Rede Natura 2000. É um recurso de apoio e uma plataforma de incentivo à visitação do território de Vimioso, com especial incidência nos espaços da Rede Natura 2000, evidenciando o património natural e cultural dos Vales de Vimioso. Tem como objetivo central a receção e apoio ao visitante, através da exposição de conteúdos pedagógicos interpretativos. A partir deste centro, os visitantes são também incentivados a percorrer e conhecer o concelho, pela rede de percursos pedestres e pontos de interesse assinalados. Possui ainda um pequeno observatório de aves para o visitante poder conhecer e interagir com a biodiversidade envolvente e um mini-laboratório de apoio a algumas das atividades a desenvolver neste centro.
O conhecimento tradicional é um factor de consciência ecológica no seu papel de formação e conservação do ambiente.
O festival Sons & Ruralidades, pretende ser um novo modelo de festival cultural, superando o espaço e tempo do festival para revitalizar e regenerar a região rural do nordeste transmontano.
Abençoada pela natureza, esta região possui uma forte relação com a terra através das actividades agrárias. Apesar disto está em processo de despovoação em parte devido à perda de importância da agricultura como motor de dinamismo dos espaços rurais e por uma desagrariação do meio rural e a consequente migração e envelhecimento da população.
Este festival faz parte de um programa de desenvolvimento para esta região, procurando que a arte e a cultura sejam a causa para a revitalização da região, procurando novas aproximações artísticas, sociais e económicas. Estimulando sinergias entre o património faunístico e florístico e o património cultural, material e imaterial. Pensando os humanos como parte da natureza e a biodiversidade como um todo. Criando novas oportunidades de criar e de reflectir colectivamente sobre o desenvolvimento local e proporcionando novas visões de futuro.
Paralelamente ao processo de globalização e da suposta homogeneização cultural à escala mundial, instala-se a revalorização da diversidade, tornando-se necessário respeitar e incorporar nos processos de desenvolvimento a cultura das populações destinatárias.
Segundo David Barkin, a sustentabilidade não é apenas um assunto de protecção do ambiente, de justiça social e de desenvolvimento mas trata sobretudo das pessoas e da nossa sobrevivência como indivíduos e cultura. Manifestando uma preocupação em observar de que modo sobrevivem os grupos sociais. Sendo a sustentabilidade uma luta pela diversidade em todas as suas dimensões, pela participação e pela revisão da forma como as pessoas vivem e trabalham.
De forma a estabelecer uma sólida fundação ética para a sociedade global emergente ajudando a construir um mundo sustentável baseado no respeito pela natureza, direitos humanos, justiça económica e uma cultura de paz. Tornando-se imperativo que assumamos responsabilidade pelos outros, por todos os seres e para as futuras gerações.
A entrada é livre mas sujeita a inscrição prévia.
“Biodiversidade a 100 por censo”
A chegada da Primavera ao Nordeste transmontano celebra-se com a realização da iniciativa “Biodiversidade a 100 por censo” uma actividade que pretende descobrir e censar a fauna e flora do vale do Rio Angueira.
Esta actividade decorrerá nos próximos dias 19 e 20 de Maio em Serapicos, Concelho de Vimioso. Esta região encontra-se num local privilegiado, numa zona de transição entre o Planalto Mirandês e os vales dos rios Angueira, Sabor e Maçãs, o que permite a existência de condições excepcionais para a ocorrência de algumas das espécies de fauna e flora mais emblemáticas. Estes vales constituem-se como autênticos santuários de biodiversidade, estando integrados na sua totalidade no espaço da Rede Natura 2000.
Com esta actividade pretende-se que os participantes aprendam as diversas técnicas de censo para fauna e flora, mas também que as apliquem directamente no terreno, permitindo a obtenção de dados que ajudem a censar a biodiversidade existente na região. Para tal, foi convidado um grupo de especialistas nas mais diversas áreas da Biologia como formadores para esta actividade, que serão sem dúvida o garante de um fim-de-semana em pleno.
Informações:
A actividade é gratuita mas a inscrição é obrigatória e as vagas são muito limitadas!
Formadores e respectivas áreas da Biologia
Amílcar Teixeira (ESA-IPB) – Ictiofauna
Ângela Cordeiro (ALDEIA) – Borboletas diurnas
Bárbara Fráguas / José Jambas (ORIOLUS) / Avifauna | Anilhagem
Carlos Aguiar (ESA-IPB) – Botânica
Francisco Amorim e Vanessa Mata (CIBIO-InBIO) – Quirópteros
Francisco Álvares (CIBIO-InBIO): Mamíferos de médio e grande porte – carnívoros e ungulados
Joana Paupério (CIBIO-InBIO): Micromamíferos
Joana Marques (CIBIO-InBIO): Líquenes
José Teixeira (CIBIO-InBIO): Répteis e anfíbios (a confirmar)
Maria Villa; Carlos Villar Reis; Isabel Cristina de Sousa Rodrigues (ESA – IPB): Entomofauna
Rui Cardoso Ramos (FUNGIFRESH): Micologia